Segundo Lemes (2007, p.02), a controladoria surgiu no Brasil na década dos anos sessenta, em função das novas necessidades de geração de informações para a tomada de decisão dos gestores das grandes corporações norte americanas.
Podemos então entender, que o Brasil não tem uma definição especificamente para a Controladoria, porém, sabendo-se da essencial importância para a administração das empresas.
A controladoria se torna uma ferramenta fundamental na elaboração do planejamento operacional e estratégico, englobando os diversos setores de uma empresa.
Nos ensinamentos de Mosimann (1999, p.99), esta considera que “a controladoria é o conjunto de princípios, procedimentos e métodos oriundos da ciência da administração, economia, psicologia, estatística e principalmente da contabilidade, que se ocupa da gestão econômica das empresas, com a finalidade de orientá-las para a eficácia, delegando para a tomada de decisões sobre eventos, transações e atividades que possibilitem o enquadramento do suporte ao processo de gestão”.
Neste foco, entende-se que o acompanhamento constante dos resultados dentro de uma empresa é fundamental para o sucesso da mesma. Este inclusive é o entendimento de Schimidt e Santos (2006, p.28), sendo que, para a controladoria ter capacidade de exercer suas atividades com sucesso, é imprescindível considerar no mínimo, os seguintes fatores: “o negócio da entidade; as principais crenças e valores dos controladores; a real missão da entidade; a visão de futuro que deverá ser buscada pelos gestores”.
Ainda, para Padoveze (2003, p. 3) “ […] a Controladoria é a utilização da Ciência Contábil em toda a sua plenitude”. Dessa forma, o autor tem a certeza e sustenta seus argumentos baseado que a controladoria é um aprimoramento e evolução da Contabilidade, e sendo uma ciência social é preciso estar se atualizando conforme as necessidades.
Temos então, que a Controladoria constitui uma área de Ciências Contábeis composta por uma junção de setores oriundos da Administração de Empresas, Economia, Informática, Estatística e, principalmente da própria Contabilidade.
Para uma consolidação, segundo Castanheira (2008, p.18) afirma que, “a controladoria é o órgão administrativo cuja função consiste em dar suporte à gestão empresarial, cujo principal objetivo é o de garantir informações adequadas ao processo decisório”, concomitante nas mesmas linhas que Beuren (1977 apud BEUREN et al., 2007, p.23): “considera que as funções da controladoria compreendem á informação, motivação, coordenação, avaliação, planejamento e acompanhamento”.
Portanto, temos que na Controladoria e no seu universo da Gestão, tem a missão de coordenar esforços para que um resultado seja alcançado, melhorando o gerenciamento com aumento de desempenho, conforme o planejado pela empresa.
Este inclusive, é o entendimento de Catelli (2001, p. 173), ao afirmar que “a controladoria tem as missões de viabilizar e otimizar a aplicação dos conceitos de gestão econômica dentro da empresa e otimizar os resultados da empresa”, e mais, que a controladoria “tem o papel de fornecedora de informações econômicas, do ponto de vista interno da empresa, além de um papel de gestora de sistema de informações para a gestão econômica da empresa”.
Neste horizonte, o controle de gestão irá permitir a verificação de todas as áreas de uma empresa, com o acompanhamento do começo, meio e fim dos objetivos traçados e atribuído a cada um, com a possiblidade de mencionar deficiências e solucionar.
Este sincronismo deve estar alinhado com todos os segmentos setoriais da empresa, conforme afirma Catelli (2001, p.97),: “Para a implementação do controle com sucesso, deve-se seguir quatro etapas, sendo: a) – prever os resultados das decisões na forma de medidas de desempenho; b) – reunir informações sobre o desempenho real; c) – comparar o desempenho real com o previsto; e d) – verificar quando uma decisão foi deficiente, corrigindo o procedimento que a produziu e suas consequências”.
Para tanto, na fase de controle, cabe a controladoria buscar a identificação dos desvios ocorridos em relação ao planejamento, determinando qual foi a sua origem, atuando diretamente na sua correção, verificando se o problema foi em função de erro de gestão ou por algo que não estava previsto no planejamento estratégico.
É de suma importância este monitoramento, pois ao agir de forma rápida, a Controladoria com menor tempo, solucionará o caso, não permitindo que haja um choque de forma extrema na evolução da empresa.
Concluindo, Controladoria e Gestão devem caminhar lado a lado, pois somente assim, haverá organização com objetivos concretos, que será com toda a certeza o sucesso da empresa.
Juarez Arnaldo Fernandes (Assessor e Consultor Tributário e Empresarial)
REFERÊNCIAS
LEMES, Sirlei: O papel da Controladoria no processo de gestão em empresas de grande porte da cidade de Uberlândia. Rio de Janeiro, 2007.
MOSIMANN, Clara Pellegrinello; FISCH, Sílvio. Controladoria: seu papel na administração de empresas. 2 ed. São Paulo: Atlas 1999.
SCHMIDT, P.; SANDOS, J. L. Fundamentos de controladoria. São Paulo: Atlas, 2006.
PADOVEZE, Clóvis Luís. Controladoria Estratégica e Operacional. São Paulo: Thomson, 2003.
CASTANHEIRA, Dariane Reis Fraga. O uso do orçamento empresarial como ferramenta de apoio à tomada de decisão e ao controle gerencial em indústrias farmacêuticas de médio porte. São Paulo, 2008.
BEUREN, Ilse Maria, SCHILINDWEIN, Antonio Carlos; PASQUAL, Dino Luiz, Abordagem da Controladoria em trabalhos publicados no ENANPAD e no congresso USP de Controladoria e Contabilidade 2001 a 2006. Revista de Contabilidades e Finanças, São Paulo v.18, nº 45, p.22-37. 2007.
CATELLI, Armando (coord.). Controladoria: uma abordagem da gestão econômica. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2001
